Concessão de Direito Real de Uso: A Concessão De Direito Real De Uso Conceito Exemplo Aplicado
A Concessão De Direito Real De Uso Conceito Exemplo Aplicado – A concessão de direito real de uso representa um instituto jurídico que confere a alguém, o concessionário, o direito de usar um bem imóvel pertencente a outrem, o concedente, sem a possibilidade de aliená-lo ou transferi-lo a terceiros. Difere-se do usufruto, que abrange o direito de usar e fruir os frutos do bem, e da superfície, que concede o direito de construir e usar obras sobre o solo alheio.
A concessão de direito real de uso é um contrato formal, passível de registro em cartório, que garante segurança jurídica a ambas as partes.
Conceito de Concessão de Direito Real de Uso

A concessão de direito real de uso é um direito real limitado, que atribui ao concessionário a faculdade de usar um bem imóvel de propriedade de outra pessoa, o concedente. Este direito é personalíssimo e intransferível, distinguindo-se do usufruto, que permite a fruição dos frutos civis e naturais do imóvel, e da superfície, que concede o direito de construir sobre o solo alheio.
Um exemplo hipotético seria a concessão do uso de um terreno para a construção de uma escola, onde o concessionário (a escola) poderá utilizar o espaço para suas atividades, mas não poderá vendê-lo ou alugá-lo.
Atributo | Descrição | Exemplo | Restrições |
---|---|---|---|
Inalienabilidade | O direito não pode ser vendido ou transferido. | Um terreno concedido para uso de uma ONG não pode ser vendido pela ONG. | O concessionário não pode alienar o direito. |
Personalíssimo | O direito é vinculado à pessoa do concessionário. | O direito de uso de uma casa concedida a um idoso não pode ser transferido para seus herdeiros. | O direito cessa com a morte do concessionário, salvo disposição contratual em contrário. |
Temporário | O direito tem duração determinada. | Concessão de uso de um espaço público para um evento por 3 dias. | A duração deve ser definida no contrato. |
Requisitos para a Concessão de Direito Real de Uso, A Concessão De Direito Real De Uso Conceito Exemplo Aplicado

A validade da concessão de direito real de uso depende do consentimento expresso do proprietário do imóvel e da observância das formalidades legais. A ausência de registro em cartório de imóveis pode comprometer a segurança jurídica da concessão, especialmente em caso de litígios. O contrato deve conter elementos essenciais como as partes envolvidas, o objeto da concessão, a duração do direito e as obrigações de ambas as partes.
- Consentimento do proprietário.
- Formalização em contrato escrito.
- Registro em cartório de imóveis (recomendável).
- Definição clara dos direitos e deveres das partes.
Exemplos Aplicados de Concessão de Direito Real de Uso
Diversas situações cotidianas exemplificam a aplicação prática da concessão de direito real de uso. Um exemplo comum é a concessão de uso de um terreno para a construção de uma escola, onde a escola usufrui do terreno para atividades educacionais, mas não detém a propriedade. Outro exemplo é a concessão de uso de um espaço em um shopping center para uma loja, ou a concessão de uso de um imóvel para uma instituição de caridade.
- Exemplo 1: Concessão de terreno para construção de escola. O concedente (proprietário do terreno) permite o uso do terreno para construção e funcionamento de uma escola. O concessionário (escola) tem o dever de manter o imóvel em bom estado e respeitar as condições do contrato. A duração pode ser por tempo indeterminado ou determinado. Benefícios: uso do terreno sem compra; Desvantagens: restrições de uso, possibilidade de rescisão contratual.
- Exemplo 2: Concessão de espaço em shopping center para loja. O concedente (administradora do shopping) concede o espaço para uma loja. O concessionário (lojas) paga aluguel e taxas, e tem o dever de manter o espaço em conformidade com as normas do shopping. A duração é geralmente determinada por contrato. Benefícios: localização estratégica; Desvantagens: custos de aluguel e taxas.
- Exemplo 3: Concessão de imóvel para instituição de caridade. O concedente (proprietário do imóvel) permite o uso gratuito de um imóvel para uma instituição de caridade. O concessionário (instituição) tem o dever de manter o imóvel em bom estado e utilizá-lo para fins beneficentes. A duração pode ser por tempo indeterminado. Benefícios: apoio a causa social; Desvantagens: manutenção do imóvel.
Extinção da Concessão de Direito Real de Uso
A concessão de direito real de uso pode ser extinta por diversas razões, incluindo o término do prazo estipulado em contrato, o descumprimento das obrigações contratuais por parte do concessionário, ou até mesmo por acordo entre as partes. A extinção pode ocorrer de forma unilateral, como em caso de rescisão por inadimplência, ou bilateral, por meio de um acordo mútuo.
Um processo judicial de extinção envolve a apresentação de uma ação judicial, provas do direito do requerente e a notificação do réu.
Implicações Tributárias e outras considerações

A concessão de direito real de uso acarreta implicações tributárias para ambas as partes. O concedente poderá estar sujeito a tributação sobre a renda gerada pela concessão, enquanto o concessionário poderá arcar com impostos relacionados ao uso do imóvel. A responsabilidade pela manutenção e conservação do imóvel, bem como a observância da legislação ambiental, são aspectos cruciais a serem considerados no contrato.
Uma cláusula contratual típica poderia estipular a responsabilidade do concessionário por quaisquer danos causados ao imóvel durante a vigência da concessão.
Em resumo, a concessão de direito real de uso se apresenta como um instrumento jurídico versátil e eficaz, capaz de atender a diversas necessidades, desde o uso temporário de um espaço até complexas operações imobiliárias. Compreender seus aspectos legais, desde a sua constituição até a sua extinção, é crucial para garantir a segurança jurídica das partes envolvidas. No entanto, a complexidade inerente a este tipo de contrato exige cautela e aconselhamento profissional para evitar imprevistos e garantir a eficácia da transação.
A análise detalhada apresentada neste documento visa fornecer subsídios para uma compreensão completa e segura deste instrumento jurídico, permitindo a tomada de decisões mais informadas e responsáveis.